segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Grande Janaina

No meu deserto,
surgiu uma Imperatriz...
Era Janaina...

Durante algum tempo da minha vida, por volta dos 32 anos, o deserto apareceu na minha existência de cada dia e de toda noite, em casa, nas ruas, nas escolas onde trabalhava, namorando as garotas do meu cotidiano, paquerando as meninas do meu dia a dia, fazendo as atividades normais da minha realidade presente e vivendo os meus relacionamentos comuns de uma pessoa qualquer neste mundo em que estamos atualmente.
Meu deserto era a solidão de uma vida de solteiro, a tristeza de um indivíduo cheio de problemas, a angústia de quem tinha desejos por realizar e sonhos por acontecer, o isolamento da minha família sempre preocupada comigo, os conflitos diários com amigos e conhecidos, os transtornos de uma realidade diária plena de dificuldades e adversidades, os distúrbios de um dia a dia em que as discórdias falavam mais alto
e a dor e o sofrimento tinham gritos de aflição e medo, pânico e desespero.
Então, eu dava aulas de filosofia e história na região de Bangu no Rio de Janeiro.
E lá conheci a minha aluna Janaína Pereira dos Santos, de 17 anos, jovem estudante do Ensino Médio, para o qual lecionava 3 vezes por semana, em dias alternados.
E Janaína, linda loura de olhos verdes, cabelos dourados e macios, pele suave e bronzeada de sol, conquistou um lugar no meu coração apaixonado, que desejava aventuras com mulheres como ela e aspirava por momentos de paixão e desejo ao seu lado, sempre ao final das aulas do meu curso à noite.
E foi assim que Janaina penetrou o meu deserto interior, preencheu os meus vazios espirituais e se encaixou dentro dos meus nadas existenciais, dissipando as minhas idéias carregadas de dúvidas e incertezas e tomando conta provisoriamente do cantinho cético e silencioso da minha vida daquele instante de pedras no meu caminho e de espinhos que machucavam as minhas caminhadas dolorosas pelas estradas de Bangu e suas adjacências locais.
Foram muitos beijos de paixão e grandes abraços de loucura no nosso amor de professor-aluna, mestre-estudante e docente-discente.
Vivemos belos momentos ainda que transitórios, porém que serviram para diminuir minha dor solitária daquele deserto sem motivos para viver, de isolamento nas ruas, de ausências em casa e na família, de necessidades humanas e naturais, de anseios quase sempre irreais e irracionais, de esperanças que não se realizavam, de contradições que não se solucionavam, de razões sem fundamento algum, de realidades inconscientes misturadas com as anomalias de uma imaginação muitas vezes patológica.
E naqueles instantes tão fundos, quentes, intensos e profundos, um lindo romance ocorreu entre nós dois.
E foi o suficiente para aliviar o meu sofrimento, acabar com a minha dor física, mental e espiritual, diminuir as minhas tensões silenciosas e destruir as minhas pressões psicológicas e sociais de quem vivia cercado de pessoas que nele depositavam a sua confiança, fé e esperança.
E Janaina, então, resolveu aquele meu grave e sério problema.
Mas a paquera teve um fim.
Cada qual foi para o seu lado.
No entanto, a partir dali, minha vida se transformou para melhor, e uma nova metamorfose de coisas boas e situações de paz aconteceu no meu ser, pensar e agir.
Graças a Janaina, que Deus colocou na minha vida, minha mudança teve resultados positivos, comecei a viver a vida com mais paixão, emoção e coração, o bem invadiu a minha existência de cada minuto e segundo, e hoje sou um homem de paz, calmo nas minhas atividades cotidianas e tranqüilo nos meus afazeres de cada dia.
Simplesmente, porque as mulheres aconteceram na minha vida.
Por isso, hoje, sou um cidadão feliz dentro da realidade carioca desta Cidade linda e maravilhosa, bela como as mulheres que nela habitam.
É, sou um cara de sorte.
Um camarada privilegiado.
Graças a Deus.
Porque as mulheres existem.
E eu fui feito pra elas,
e elas foram feitas pra mim.
Deus é bonito mesmo.
A Vida tem razão.

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